sexta-feira, 7 de maio de 2010

A robótica da vida humana


Imagine a dor que um destino cruel pode causar. Tanto amor acumulado há tanto tempo no peito que o coração começa a ficar sem espaço para bater. Tamanho amor que se morresse um dia com tudo isso dentro, seria injusto terminar em restos pútridos enfim reduzidos à carcaça.
Invejo a estrutura de um robô,eterno e programado a desempenhar alguma tarefa com sucesso, sem margens de erro.
As vezes penso se não sou um robô aprisionado em um corpo humano,afinal, minha vida sempre soou ser programada somente ao amor.
- Não,definitivamente não.Robôs não amam. - pensei melhor.
Mas como assim a perfeição poder falhar?
É, meu coração é a prova viva que até os sentimentos mais perfeitos têm a chance de não obter o merecido triunfo...
Com certeza a volubilidade sentimental humana é notavelmente mais complexa perante à exatidão dos cálculos matemáticos que definem um sistema robótico. Mas infelizmente, o sofrimento é o preço que se paga por essa complexidade a mais. Temos a vulnerabilidade a algo imaterial(sentimentos).
Pobres humanos ainda não conseguem esquecer as memórias por pura e espontânea vontade.Remoem esse passado(perfeito e fugaz) a ponto de machucar o próprio ego. Robôs ao menos têm a probabilidade de terem os arquivos corrompidos,claro que não proposital, mas se assim perdê-los, são capazes de inibir a saudade das memórias de virem à tona.
- Ah, robôs... - com os olhos brilhando.
Mas robôs não amam. Suas vidas não necessitam sentido.Eu necessito um sentido.Necessito você.
Sem mais delongas: se eu não tiver tal êxito nesta minha programação humana,por favor, desligue os aparelhos.

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